10 de out. de 2006

A Alice...

A simplicidade à flor da pele pode ser às vezes ofuscada pela riqueza de detalhes. E como a palavra mesmo diz, tais pequenos fragmentos de muitas coisas constroem uma mulher com inúmeras e raras virtudes. A Alice é detalhista ao extremo. Em todas as atividades, relacionamentos, trabalhos, no modo de se vestir e ser, tudo é minuciosamente construído e cuidado nos seus menores detalhes. Se tivesse que caracterizá-la em poucas palavras, seriam essas: simplicidade detalhista. O que a torna muito especial, porque é exatamente neste aspecto que ela torna-se diferente de todos. Além disso, a Alice é verdadeira ao extremo. Não existem meias palavras. Ou é, ou não é. A não ser que estejamos falando de seus próprios sentimentos.
Mas não os que afloram ou que perpassem o olhar. Falo sobre os mais profundos, mais secretos. Lá, ninguém consegue chegar. Talvez nem ela mesma. Por isso às vezes se esconda atrás de um belo sorriso ou de um mau humor passageiro, como simples forma de defesa. Porque, ao menor sinal de que alguém possa se aproximar do que ela realmente está sentindo ou pensando e exatamente pela sinceridade exacerbada em que talvez não consiga manter em sigilo e silenciar seus segredos, ela foge e refugia-se num mundo só dela. Não tente chegar perto, talvez você seja agredido e esta pode não ser a intenção dela. O que fará senti-la ainda mais triste e confusa.
A Alice é ainda muito carinhosa. Como foi criada cercada de mimos, beijos e demonstrações de afeto, espera isso naturalmente dos outros. O que às vezes não acontece. E nisso acaba se decepcionando com as pessoas ou então empenhando todas as suas forças para mudar o outro. Ela não se adapta à realidade e às características das pessoas que a cercam. Quer sempre
mudá-las, para que como recompensa, possa tê-las ao seu lado sem prejuízos para ela mesma. E se todas as suas forças acabarem e sua missão não der certo, vai embora sem cerimônia. Sem culpas. Porque as intenções de moldar aos outros à sua própria semelhança são as melhores, afinal, são só as virtudes. E é difícil entender que alguém não aceite ser como ela sugeriu,
com tantos pontos positivos! Mas detalhe: não tente você mudá-la. No começo, por ser novidade, por certamente ter sentimentos envolvidos (porque a Alice não consegue ter envolvimentos supérfluos, tudo precisa ser cercado de sentimento), talvez ela ceda e faça suas vontades. Lembra dos segredos que falei?! Como ela guarda para si, talvez você nem perceba - também porque é cego, porque ela deixa várias pistas e avisos para que você note - que ela
está incomodada e que precisa voltar á sua essência. E quando você viu, ela já foi embora. Para não mais voltar. Quem conhece a Alice sabe o quanto ela é encantadora, sedutora e linda.
Estamos falando fisicamente, agora. Como alma e pessoa já ficou clara sua riqueza. Ela tem brilho, quando fala não é só a boca que se movimenta, todo o corpo fala por si.
No mais, a Alice é uma mulher de poucos mas verdadeiros e bons amigos, pode e move montanhas por aqueles que quer bem e que acredita que vale a pena investir, é sorridente, alegre, otimista ao extremo. Prática, racional, estrategista. Organizada, perfeccionista, detalhista. Mora longe da preguiça. É inquieta, pode viver mas pode detestar no mesmo dia a rotina. Pode ser muito chata se não fizerem o que ela quer: ou deixá-la num canto
sossegada, ou levá-la pra passear e caminhar por horas num lugar bonito. Se a Alice não tiver o controle de tudo que a cerca e sente, ela estará insatisfeita. Dê-a as rédeas sempre. Mesmo que ela não saiba conduzir. Para encerrar, posso usar um dos seus mais lindos dons: a criatividade.
Quando ela quer e quando a mente a permite não ser prática, seu poder de criação a destaca ainda mais. E com este poder que ela empenha em tudo: na arte, na costura, na vida, a Alice vai traçando seu destino por caminhos que pouca gente trilhou. Por isso e tantas virtudes, esta estrelinha brilha. Iluminando outros, dividindo energia com quem não tem, irradiando alegria.
Mas uma única em milhões.

6 de out. de 2006

Aquela história...

"Achado não é roubado, quem perdeu é relaxado..."

Às vezes cansamos de nós mesmos. E como não cansar de um lugarzinho como este aqui?
Este cantinho foi meu, deixou de ser, foi de outro e agora peguei-o de volta.
E assim é a vida. Partilhamos o que temos para, mais tarde, quem sabe receber de volta...

Volto a costurar idéias e pensamentos... Por quanto tempo?! Não costumo medi-lo como meço palavras. Uso a fita métrica apenas para mensurar tecidos e amor...